Acaba de ser publicado um importante trabalho sobre a saúde e os hábitos de uma fatia relevante da nossa comunidade acadêmica. O trabalho é intitulado "Educação Física, Esporte, Habilidades para a vida e Saúde: um levantamento com os estudantes do ensino médio integrado do IFCE" e traz informações estratégicas, colhidas durante o período mais difícil da emergência em saúde pública causado pela pandemia do Coronavírus, no ano de 2021.
O estudo foi conduzido pelo professor Valter Cordeiro Barbosa Filho, do campus de Aracati do IFCE, e contou com a participação dos pesquisadores Gabriel Pereira Maciel, Iraneide Etelvina Lopes e Victor Hugo Santos de Castro, alunos do mestrado e doutorado em saúde coletiva da Universidade Estadual do Ceará (UECE), com apoio do Grupo Interdisciplinar em Atividade Física, Saúde e Escola (Grafes), além do Departamento de Educação Física e Esportes (DEFE) da Pró-reitoria de Ensino (Proen).
A coleta de dados foi realizada durante os encontros síncronos (aqueles em que professores e alunos estavam conectados em dia e horários previamente marcados). Os estudantes recebiam as principais informações sobre a pesquisa e, em seguida, era disponibilizado o acesso ao questionário, com apoio dos pesquisadores durante o processo, a fim de sanar possíveis dúvidas dos participantes.
Foram incluídos os seguintes temas:
- Habilidades para a vida desenvolvidas nas aulas de Educação Física e Esporte no IFCE;
- Experiências em Educação Física e Esporte no IFCE;
- Comportamentos de saúde (Atividade física, Comportamento sedentário e Tempo de sono);
- Saúde (Sintomas depressivos, Imagem corporal, saúde autorreportada, ameaça percebida do coronavírus e bullying).
O primeiro ponto da lista revelou uma boa notícia, como explica o professor Valter Cordeiro. "Os resultados mostraram que, na visão dos estudantes, nossas aulas conseguem desenvolver habilidades que vão para além do esporte, e que os nossos eles conseguem aplicar em outras áreas da vida, principalmente o trabalho em equipe e outras dimensões citadas na pesquisa", explicou o pesquisador.
A métrica das experiências em Educação Física e Esporte no IF também revelaram conclusões alvissareiras, na medida em que mais de 70% dos alunos apontaram que esses momentos didáticos permitem o desenvolvimento de habilidades pessoais e também de experiências iniciativas.
Alguns dados preocupam e merecem atenção redobrada, como o fato de que oito em cada dez adolescentes apresentaram tempo de tela excessivo, e que a mesma proporção de jovens não atendem à recomendação de mais de oito a 10 horas de sono por noite. Além disso, metade dos adolescentes participantes do estudo apresentaram sintomas depressivos, Soma-se a isso o fato de que 70% dos alunos se mostraram insatisfeitos com sua imagem corporal.
Mas o que fazer? Em sua parte final, o relatório gerado pelo levantamento recomenda que uma série de providências sejam adotadas para promover as habilidades para vida e ampliar as experiências positivas no contexto das aulas de Educação Física e esportes, sendo importante fortalecer e incentivar a prática esportiva planejada/estruturada na escola; estimular a participação dos estudantes em atividades que proporcionem experiências diversas nos aspectos sociais e culturais; elaborar estratégias que fomentem o desenvolvimento pessoal dos adolescentes (aspectos intrapessoais e interpessoais), entre outros itens.
"O objetivo é ajudar a fortalecer a política institucional. Temos um Plano de Permanência e Êxito, além de um Projeto Político Institucional onde a Educação Física é protagonista. Esperamos que esses dados possam contribuir com o fortalecimento dessa área", finalizou o professor Valter.